Ouço Jorge Benjor e tomo umas taças. Leio minhas próprias crônicas num ato antropofágico. Fico feliz em comer-me e saboreio-me com gosto, tal quem come um bom, belo e suculento bife. Penso que leio exatamente o que gostaria de ler numa leitura alheia. É isso! Ficou mesmo bom este negócio!
Eu me amo e peço perdão pelo suicídio narcisista.
Um dia vou publicar um livro. Vou sim! Meu desejo me faz voar e imaginar que ele fará tanto sucesso que virará um best-seller.
Perdoem-me os pobres de espírito e os invejosos, mas sei ler o futuro.
Se você vier comigo vai ser um prazer ainda maior. Ter você por vizinho de cobertura e ouvir a sua festa ao lado. Você ouvir a minha. Juntos olharemos o Tejo e pensaremos: olhe bem aonde chegamos!
Falaremos saudosos das águas cristalinas do Rio Corda e olharemos as pernas em busca do massapê que nos une e nos impregna, enquanto tomamos um vinho português, antes de decidirmos a quem salvaremos a seguir.
Sonhar é de graça e a riqueza mesquinha, que serve apenas para a mediocridade da ostentação, é pobreza ainda maior que a carência no prato.
Wan Lucena