sábado, 26 de dezembro de 2015

Pimenta nos olhos!

O médico oftalmologista receitou-me dois tipos de colírios para que eu usasse por algum tempo. Um deles eu deveria usar sempre antes de dormir, no horário noturno. Eu sempre tomo uma cervejinha depois que encerro meu expediente. É algo assim como um ritual... coisa de velho. Saio de minha casa vou andando pela rua iluminada e a sentir a brisa que vem do mar. Cumprimento vários conhecidos até chegar no bar onde já me esperam e peço a minha cerveja junto ao balcão.

Volto para casa e, sempre muito à vontade, vou me preparando para dormir. Desleixadamente, com as luzes apagadas e somente com a iluminação da televisão já ligada, peguei o frasco do colirio e pinguei no olho. Foi como uma gota de limão. Uma ardência infernal e sai desesperado, corri para o banheiro onde joguei bastante água certo de que eu havia colocado qualquer coisa em olho, menos o colírio receitado.  Ao olhar no espelho vi minha pupila que parecia uma bola de gude, totalmente dilatada e o globo ocular vermelho como pimenta malagueta. Mantive o controle apesar da forte dor e fui ver o que, afinal, eu havia colocado em meu olho. 

Meses antes havia levado ao veterinário meu pequeno Shitsu, um lindo e carinhoso cãozinho que me acompanaha a alguns anos. Estava com um pequeno arranhã no olho por ter lecado uma unhada de um gato. Ele não suporta gatos e aqui tem ao montes, soltos, de todos os tamanhos e cores. Quando estão no cio minha vida vira um inferno. Encho a mão de pedras e saio noite à dentro a tentar acertar-lhes para que fujam e me deixem dormir. Mas, o veterinário lhe receitou três tipos de colírios e um deles era de cor ferrugem, quase pastoso, que deixava olho de meu cãozinho em cor de barro vermelho. Sim foi essa medicação que este maluco desleixado colocou no próprio olho. 

Ao acordar no outro dia e olhei curioso no espelho, cheio de esperança que não tivesse nada mais. Porém em meu olho só vi a bola de fogo vermelha no meu olho e a pupila dilatada, enorme, do tamanho de uma peteca. A vermelhidão foi desaparecendo devagar ao longo do dia, mas, continuava a arder e a pupila estava lá, fixa, sem quaquer sinal de retração. Passei a usar colirio de lágrimas artificiais e me recusei a procurar um oftalmologista. 

Por uns dez dias as pessoas me olhavam e me informavam que meu olho direito estava diferente do esquerdo. Eu, de palhaçada, lhes informava que havia sido abduzido e que, desde então, estava com a pupila naquele estado. Depois de uns dez dias, aliviei-me ao constatar que a pupila havia se retraido. Aqui estou a ver como sempre, inclusive, o que não se deve, muitas vezes.

Wanderley Lucena

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Trovoadas Natalinas

Depois de muitos dias sem uma gota de água de chuva, hoje é natal, 25 de dezembro e chove e troveja como se os céus anunciassem a glória do Cosmos e me quisesse acordar durante o sono da madruga com seus estrondos assustadores de tremer as paredes e a dizer-me: estás vivo e sob um teto; tens comida em tua cozinha e nada te tem faltado. 

O dia amanheceu sob a mesma forte chuva e com o intenso barulho dos mesmos trovões. As gotas a cairem do telhado ou a baterem nas imensas folhas da Jibóia, trepadeira tropical enramada em frondosa árvore adiante minha janela. O som das gotas acalma e refrigera a alma e traz lembranças de um passado tão distante e que já não volta mais. As lembrança da infancia e das brincadeiras de menino com todos os querido primos de idades quase semelhantes.

Meu cãozinho não se animou a sair de casa, mesmo sob minha insistência, para fazer as suas necessidades matinais de costume. A grama encharcada e os arbustos úmidos a molharem minhas pernas. Faz frio aqui e isso é fenômeno raríssimo nestas terras ensolaradas. Não há viv'alma a passar na rua. A senhora que todos os dias, religiosamente, me acorda com seu carro de som nas alturas e descer para a praia a vender cd's pirateados, tampouco, deu as caras.

Eu estou deveras agradecido por tudo o que vivi até aqui. É lindo poder está inserido nessa paisagem. Comprei pães recheados para a minha ceia e meus dois amigos de verão me fizeram uma visita longa e prazeirosa. Conversamos sobre banalidades e saimos para tomar uma cerveja em bar que já estava a fechar as portas. Voltei para casa e tentei entregar-me ao prazer visual da televisão que passava uma película daquelas que me prendem. Porém, meus olhos já insistiam em fechar e entreguei-me a Morfeu.

Hoje tem prova de maratona e que passa em frente à minha casa. Um espetáculo de vida a passar ante minha cara. 

Enfim, um natal como tantos outros e de tantas gentes como eu. Espero, de verdade que seus corações assim como o meu, esteja em paz agradecida ante o Cosmos que nos envolve e sob a terra onde os meus pés se firmam e de onde tiramos tudo o que precisamos.

Um feliz natal a todos!

Wanderley Lucena

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Uma Noite Feliz!

"Então é natal! A festa cristã". E você vai se reunir com sua familia e comer até encher a pança e beber até de madrugada e nem vai saber o porquê. Dizem que Jesus nasceu nesse dia. Se isso é verdade ou mentira não importa. É um dia alusivo ao seu nascimento e só por isso já vale. Mesmo que seja mito a sua estória não posso deixar de reconhecer o belo exemplo de amor dessa figura à quem chamamos Jesus. Quem dera eu conseguir seguir as suas pegadas, mesmo que de longe como o fez o nanico Zaqueu, o cobrador de impostos desprezado por todos e a quem Jesus disse: "desse desse árvore Zaqueu, pois, hoje mesmo pousarei em tua casa". E Zaqueu ficou inflamado e sem acreditar no amor que lhe inundara naquele momento. Desceu da árvore e, sabedor de sua indignidade, replicou: "Senhor, não digno que pouses em minha casa". Mas, Jesus foi para a casa dele que, já convertido ao amor divinal, informou: "se roubei alguma coisa de alguém, devolverei em dobro!". E Jesus declarou: "Hoje chegou salvação à esta casa".

Aquela noite foi natal na casa de Zaqueu. Foi a data do nascimento de um novo ser em Zaqueu e uma alegria sem tamanho inundou a sua casa. Ele recebia a Jesus em sua vida e em seu coração. Ali estava uma nova criatura, transformada pelo amor do Cristo. Não há como negar a energia transformadora do amor. O amor tudo pode. É logânimo e paciente. 

E para aqueles que, assim como eu, são dados à certa reclusão em tais festas eu vos informo que é possível não está só mesmo que solitário. Sinto as energias emanadas daqueles que me amam e que não podem está comigo hoje. Eu, da mesma maneira, penso neles e lhes sinto enorme saudade. Além do mais, ante o Cosmos infinito, agradeço por todas as lutas e por todas as vitórias. 

Tenho pão recheado de goiabada para a minha ceia. E pense na felicidade que sinto! Meu coração explode de felicidade e as lágrimas me vêm ao rosto. Obrigado a todos que me querem e eu vos desejo todo o amor! O mesmo amor que salvou Zaqueu inunde hoje as suas casas e seus corações.


Wanderley Lucena

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Pecados como Medalhas

Com satisfação vejo minhas rugas ante o espelho. Percebo-me envelhecendo! Minha barba já está branquiando e minhas cãs igualmente. Levo todas essas manifestações naturais como se marcas de pecados ora cometidos. E é um orgulho poder sentir-me pecador, quiçá, o maior deles. Sim, rebelei-me com ensinamentos mentirosos que me foram ensinados e assumi a mim mesmo como ser capaz de conduzir-me nessa jornada belíssima que é a vida.

Sentir-me pecador é declarar, em alto brado, a minha independência intelectual e a posse completa de mim mesmo. Não preciso que mais ninguém me diga o que é melhor para mim. 

Não nego minha existência condicionada à vontade da natureza e jamais a renegarei por covardia que me leve a ser o que a sociedade hipócrita dita. Jamais me renderei ao discurso tenebroso das religiões que me ameaçam com suas mentiras e me decretam o meu fim no inferno. 

Estou consciente que a morte chegará para todos, inclusive, para mim. Sei que levo até o momento fatídico essa energia que me faz sentir e pensar á qual chamamos espírito. E meu espírito será atraído para a positividade da luz mesmo que insistam em dizer que não. Assim como o meu coração late em meu peito sinto em minha mente a certeza que estou fazendo a coisa certa. E que se dane quem quiser pensar o contrário. Controlar-me jamais alguém conseguirá, a não ser que me venha com argumentos razoáveis, lógicos e sem extremismos ou fanatismos. E, nesse caso, terás apenas me me convencido, mas, continuarei livre, embora, convencido de tua verdade. 

Quem bem quiser viver, peque! Peque muito! Mas, se divirtui de valores éticos, nem traga danos ao seu corpo ou à sociedade. Pecar não significa rebeldia burra e que vai contra sí mesmo ou os outros. Pecar é conviver consigo mesmo e com os demais em plena harmonia. É ousar deixar de crer por crer e experimentar sensações que sempre te disseram ser proibidas.

E aos que insistem em achar que existe o retorno, a reconcialiação eu lhes afirmo, nunca!

Sim levo todos os meus pecados e sem qualquer culpa. Levo como se fossem meldalhas - a compiar Zélia Duncan.

Amém!

Wanderley Lucena

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Bons Pecados

Apreciei o líquido que me descia garganta abaixo depois sentir minhas glândulas palatais inchadas pelo gosto ácido e ocre. Na taça permaneciam lágrimas a descer de cima para baixo quase imperceptíveis ao olho nu. Um cidadão em mesa ao lado deu uma baforada em um charuto que, com certeza, era cubano. Nunca fui apreciador das fumaças por pura falta de costume e por saber o risco que se corre. No pátio aberto os odores variavam desde o manjericão nas massas servidas, a maresia que vinha do mar logo adiante, a fumaça do charuto e de um jasminzeiro imenso que estava logo na entrada do restaurante.

A companhia não era das piores e eu estava feliz mais uma vez e a constatar que valia mesmo muito a pena tudo o que fiz de minha vida. Com todas as aventuras e desventuras... sinto-me orgulhoso de minha rebeldia e independência. Não quero que pensem que não sou consciente de que todos precisamos uns dos outros o tempo todo. Eu mesmo gosto muito de dividir sempre. Mas, confesso tenho uma dificuldade enorme em aceitar ajuda. E sei que chegará o dia em que não mais darei conta de minhas necessidades básicas. E ai... que Deus tenha misericordia e que possa pagar alguém a cuidar de mim.

Eu quero os sabores dos pecados todos. Quero os sabores dos verdes e dos maduros. Quero ver a montanha ao longe ou a minha pele a envelhecer nas minhas mão já manchadas pelo tempo a apenas alguns centimetros de meus olhos. Já não quero as garantias do futuro certo. É que se assim o fora me acabariam as aventuras. Quero ir-me sem saber para onde. Quero satisfazer a todos os meus desejos. Minha casa será a casa de todos os que eu quiser em minha companhia.

Que o gosto seja travoso, ácido, adocicado. Que venha sempre acompanhado de todos os demais sentidos. Cheiros bons. Toques leves e demorados. Uma boa paisagem de longe ou de perto. Que os ouvidos ouçam bons sons. E que os cheiros sejam do jasmim, de lavanda, de alfazema. E que a recordação vá longe e traga as sensacões da infancia vivida com tanta intensidade e que não mais voltará.

Não mais quero as gentes certas nem os equilibrados. Quero os que ousam e se rebelam. Os que pensam por si e não pelo que lhe rezaram. Que coloquem boa música e que encham a taça com bom vinho. Que tragam os cubanos para que possamos fumar e comemorar a vida! Com bons odores , com bons sabores, com toques de todas as músicas! Viva! 

Wanderley Lucena

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

DICOTOMIA

Vivo verdadeira dicotomia. Vivo em lugar lindo e paradisíaco ao qual qualquer indivíduo se sentiria afortunado em viver nele. Trata-se praia de águas mornas e límpidas. O azul turquesa e o verde esmeralda se compõem harmônicos em paisagem digna de Matisse. As piscinas naturais formam verdadeiros aquários nos quais vivem peixes coloridos, polvos, águas marinhas, moluscos e, até a vegetação dos planctons é riquíssima. 

A areia branca e fina é o solo no qual coloco os pés em caminhada diária rumo ao coqueiral e onde, por vezes, pude ver as tartarugas marinhas a desovarem em noite de lua. Até golfinhos cheguei a ver. No braço cheguei até os arrecifes e ali me emocionei ante a riquesa da vista e agradeci a Deus por não está ali sozinho e inclusive, á convite de nativos incríveis e amigos.

Agora, quando já me vou, percebo o ciclo de amigos que fiz e que a vida, generosamente, esfrega em minha cara. Sinto-me enganado sob diversos aspectos. Sempre tratei a maior parte das gentes daqui com olhar esnobe e arrogante ante a ignorância que impera em muitos. Porém, agora sei, são eles vitimados desde o momento em que nasceram. São os políticos que mantém essa gente ignorante por serem assim mais fáceis de manuseio.

Sei que se tenho melhor formação que eles, embora tenha vindo da extrema miséria, isso não me torna melhor que eles nem ninguém. Ao contrário, tenho o dever da tolerância. Preciso dizer que peço desculpas a todos! Espero que me perdoem por minha soberba!

Estou feliz por poder ir e saber que sentirei saudades deste lugar e que aqui deixarei amigos que falarão bem de mim. Levarei um coração repleto de boas lembranças. Certo é que muito aprendi e que levo toda a experiência que aqui ganhei.

E é agora quando já nem queria mais gostar que me apaixono por este lugar. Tenho que ir. Preciso achar meu lar, meu lugar no mundo. Não sei se está para onde me vou. Mas, que me apaixone logo de chegada e que encontre amigos como os que aqui deixarei.

Preciso de lugar onde possa sentir-me seguro e onde o Estado seja uma realidade.Estou envelhecendo e precisarei de assistência, de sistema de saúde que, realmente funcione.

Muito obrigado Praia do Francês.


Wanderley Lucena

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Cosmos

Nadar desde a orla da Prais do Francês até as piscinas naturais que se formam nos arrecifes cerca de 150 metros à frente não tem preço. A visão desde alí, tanto para mar aberto quanto para a propria praia, é visão paradisíaca. E o melhor é que fiz a travessia à nado. Claro que eu estava acompanhado de quem poderia salvar-me em caso de necessidade e cansaço. Mas, apesar de sentir o peito ofegante e o peso das aguas mornas e salgadas a levarem-me corrente contrária ao ponto que desejávamos, consegui sucesso em por os pés cuidadosamente ante a grande quantidade de ouriços ali presente. 

A vida marinha é abundante e até um polvo nós avistamos enquanto se escondia embaixo dos arrecifes. Peixes coloridos, algas, caranguejos, larvas e outros tipos que se pareciam minhocas e aos quais não sei nominar. 

O intenso azul turquesa do mar beijava no horizonte o azul celeste de um céu sem qualquer sinal de nuvens. A beleza de olhar desde ali as areias brancas banhadas pelas águas caudolosas e mornas de uma incrivelmente acolhedor. A praia estava lotada e os banhistas estavam às centenas a banharem-se. Brinquedos inflados e enormes levavam turistas que eram puxados por voadeiras ou jetskis a uma velocidade imensa. Parapentes e até helicópeteros marcavam o azul celeste com tons coloridos fortes. Ao sul um imenso e verde coqueiral trazia um ar bucólico e, até certo ponto, sevagem. Ao norte a paisagem seguia margeada por faixa branca de areia fina, mar cálido das piscinas naturais e o muro de arrecifes que chegava quase até Maceió. Donde estávamos era possível ver os prédios da capital ao longe.

Um grupo grande de esportistas de standup apareceu ao longe e me informaram que os tais vinham desde Maceió, quase 20 kms de distância de onde estávamos. E segundo me informaram, eles continuariam até Barra de São Miguel, quase cinco kms adiante de onde estávamos. Acho que eu não teria tanta coragem, sequer vigor físico para tanto. Mas, que bonito que é ver gente a viver com intensidade toda a humanidade que nos foi confiada.

Nadei de volta até a praia e ao sentir meus pés tocarem a areia senti uma alegria imensa de poder conviver com aqueles que até a piscina natural haviam me levado e pelo imenso privilégio que foi viver e perceber-me vivo ante tão imenso cosmos. 

Wanderley Lucena

domingo, 6 de dezembro de 2015

Resto de mim

Este blog é apenas uma faceta de mim. Engana-se que pensa que sou isso 24h. Aqui sou apenas 10 minutos do meu dia. E é o que mais gosto de mim. Cuido-o e alimento com carinho e disciplina. É verdade que a minha disciplina já não mais é militaresca, mas, mesmo com erros de grafia, ortografia ou digitação, imponho a ele a mesma estética e equilíbrio que gostaria por toda a vida. O meu trabalho aqui é diverso do resto de horas que as ocupo com coisas chatas ou não. Minhas obrigações diárias são exercício que, nem sempre me oferecem o prazer que tenho quando estou diante do meu computador a escrever o que sinto e, bem sei, muitas vezes, sequer serão lidos por quem quer que seja. 

O que resta de mim, sabe-se lá, nem precisa ser conhecido de ninguém. E há uma parte de mim, como há em todos os indivíduos, que sequer quero mostrar. Talvez porque precise mesmo esconder a sete chaves ou por saber que nenhum prazer traria a mim ou a quem lhes viesse a conhecer. Assim sendo, essa parte de mim eu lido com ela quando apago a luz. Quando estou na minha cama e de olhos fechados abro o baú das desilusões, das tristezas. O meu relicário de angústias é vasto. Disponho cada relíquia como se fossem medalhas. Sim sou meio masoquista. Ou totalmente masoquista, não sei... Mas, é desse baú de horrores que me sai grande parte de minha inspiração. É das reflexões que dali retiro que procuro fazer o meu dia seguinte melhor.

Sou assim, alegre e triste, feio e bonito, bom e mau, certo e errado. Mas, por vezes, afeito-me com cuidado na tentativa de ser agradável. Necessito que me suportem quando com a luz acesa. Se não me afeito e não mantenho o meu monstro muito bem preso, ninguém me suporta. E assim vou indo por essa estrada que não sei aonde vai acabar. Mas que se me finalize como se fosse uma comédia. Receio e tenho medo que o "le gran finale" seja uma tragédia.

E o que resta de mim? 

Wanderley Lucena