sábado, 28 de agosto de 2010

RELICÁRIO



RELICÁRIO

Eu também posso lhe sentir daqui de onde estou
Nós continuaremos ligados por algum tempo
Ouço seu lamento e suas orações me cortam a alma
Estou do seu lado e você ainda pode me sentir
Posso soprar ao seu ouvido e esvoaçar os seus cabelos
Mas não posso impedir que o tempo nos crie novas oportunidades
Não podemos parar o tempo
Temos de seguir adiante
Inevitavelmente nos sentiremos cada vez mais distantes
A intensidade da lembranças diminuirá
A lágrima secará e você se lembrará de mim quando recorrer ao relicário
Ao olhar as nossas fotos, as cartas e a medalha
Todas as promessas se voltarão vivas e pulsantes em seu coração
Neste momento você chorará
Eu também chorarei
O vazio deixado nunca será preenchido totalmente
Ninguém amará você da mesma forma
Mas um dia no universo, sem que esperemos, nos veremos novamente
Toda a intensidade voltará
Como da primeira vez, nossos corações baterão como bumbos
A cores da aurora terão de nos sedar
Nunca mais nos separaremos
Nunca mais...
Nunca...

3 comentários:

  1. Belíssimo poema. Escrita memorial. Parabéns ao escritor maravilhoso que nos arrebata com textos tão belos.

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  2. Muito Obrigado, Lu Mota. Muita gentileza e generosidade em suas palavras.

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