domingo, 18 de setembro de 2016

Escrita Solidão Descrita

Eu quis escrever-te bonito. Eu quis escrever-te como um dia te quis.
Escrevo! E já não mais para ti. Mas, para mim mesmo. E gostei de escrever-me.
Eu mudei? Não sei. Você que mudou? Não sei.
Só sei que me vou. E você também deveria ir. Não vou atras de ninguém, Você também não deveria. Vou atras de mim mesmo.
Quisera eu dar-te um conselho: viaja! Vais para terras longínquas. Para terras áridas. Para terras desconhecidas e que só viste por fotos ou em documentários.
Que tua inquietude seja tão grande quanto a minha. A tua alma tão aventureira, igualmete. Que tu tenhas asas e que possas voar. Que a paisagem te seja insólita e que a solidão te bata como à mim. E que ela te faça feliz como à mim.
Voltes para casa depois de alguns anos e reencontres os amigos e familiares. Abraça-os e chora. Mata a saudade e, em pouco tempo perceberás que já tens que ir-te de novo. Novo plano já terás traçado pelo teu desejo e a tua viagem será para ainda mais longe. A solidão já estará a te chamar. Vai!
Eu quis escrever-te. Não consegui. Escrevo para mim mesmo.
E agora tu vens me dizer que gostas de ler-me e que, inclusive, gostas. Mas, logo agora que tenho que ir-me? Logo agora que escrevo feio? Logo agora que já não mais te escrevo?

Wanderley Lucena

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