quarta-feira, 26 de maio de 2021

Zumbis, Autômatos e Demónios

 


A minha preocupação com o aumento da população de “zumbis” já não é de hoje. Não estou sozinho, graças aos céus! A minha preocupação é a mesma daqueles que veem as massas a zanzar, quase mudas, grudadas numa tela de celular, sem se preocuparem com mais nada que não seja ver vídeos, vazios de conteúdos e que, na maioria das vezes, colocam o alvo da filmagem em situação vexatória ou constrangedora.


Quando se fala em zumbis, imediatamente nos vêm à mente as cenas de filmes terror ou séries de TV. Esses seres, entretanto, existem aos milhões e estão entre nós, muitas vezes dentro das nossas casas. Esqueça a aparência fantasmagórica e esquelética que lhe vem à mente e perceba que eles são até bem rechonchudos e corados. Não leem nada em papel e, espontaneamente, nunca leram um livro nem revistas, sequer aquelas cujas manchetes das capas costumam vir estampadas em letras garrafais e cores
explosivas. 

Não gostam de estudar e não se incomodam de viver à custa de míseras assistências sociais ofertadas por governos que lhes subsidiam a sobrevivência, cultivando uma relação bidependente, pois carecem de seus votos acríticos para manterem uma outra classe de gente, na qual se estratificaram os políticos e demais manipuladores.


Uma outra turma que considero tão preocupante quanto, mas muito mais perigosa, é a dos autômatos. Estes são como robôs programados para uma função ou pouco mais, com finalidades específicas, em geral danosa e causadora de destruição da reputação daqueles que ousem pensar e ir contra seus projetos de poder, ou seja, serão inimigos aqueles que se recusarem a ser seus robôs ou meros zumbis inúteis. Nesses autômatos lhes é injetada a “odialina”, uma substância venenosa com a qual destroem alvos predeterminados e pré-detectados. O ódio é arma mortal, como também é o combustível que move essas máquinas humanoides. Não são capazes de reflexão alguma, mas, hipnotizados, ouvem o discurso demagógico de um ou mais líderes e para eles trabalham cegamente, em bandos ou solitários.
 

Acima dessas camadas está um grande grupo: sociopatas, espertalhões oportunistas, mamadores viciados nas tetas do Estado, além de arrecadadores de dízimos e ofertas. Gente incapaz de qualquer sentimento de empatia, incapaz de sentir a dor do próximo, por não ser capaz de se colocar no lugar de ninguém. Pensam apenas em si próprios e na perpetuação da sua genética. São verdadeiros demônios!

Estão conscientes de que um zumbi pode também ser um autômato. Eles chegaram aos cargos máximos das nações e se acham ungidos por seu deus. São supremacistas e/ou adotam outra postura tão imbecil quanto essa. Não têm sentimentos humanitários verdadeiros nem valores éticos, usam e abusam de mentiras para manipular seu exército de idiotas-zumbis e de autômatos reprogramados. Se o zumbi for daqueles mais desprovidos, anencefálicos, e não for capaz de qualquer missão, ao menos não lhes fará
oposição.


Ainda existem humanos, sim! Estes, todavia, estão acossados, assustados e contra o muro. Muitos são os que se cansaram e desistiram da luta. Não querem se envolver, alegam. Dizem ser o desgaste grande por demais, em discussão que leva a lugar nenhum! 

Preferem se disfarçar entre os zumbis e os autômatos robóticos, para garantirem a sobrevivência por meio do “melhor não se envolver”. Nesse contexto, os sociopatas nadam de braçadas e ditam as leis, os costumes e os modelos de adequação social, buscando aniquilar aquilo que não lhes convenha ou que ameace seus projetos de poder, riqueza e perpetuação. O que nos resta é rezar, dizem. Enquanto isso, como sempre e para todo o sempre, deus dorme.


Em qual categoria o amigo leitor se insere? Pergunto-lhe eu. Não consegue se enquadrar? Está na dúvida? Tem um espelho em sua casa? Olhe-se nele e, como quem olha não a si próprio, mas a alguém que não se conhece, faça sua autocrítica. Pergunte àquele que vir no espelho e espere que sua  consciência lhe responda. É possível deixar de ser zumbi ou autômato? Sim! O elixir da salvação é absorvido por meio da leitura, que vai muito além dos posts anônimos ou das fake news publicadas nas redes sociais.


É possível deixar de ser sociopata? Não. É doença mental das mais graves e para a qual não há cura. O ideal seria a “lobotomia” ou a completa neutralização desses demônios, pensantes, porém sem alma ou coração. Maldade minha? Ou uma utopia de todos nós que persistimos em ser muito humanos mesmo?

- “Para que o mal prospere, basta o silêncio dos bons!”.

-  “Eu sou a voz do clama no deserto”.
     Eu não me calarei!

 

Notas explicativas:

- Zumbis: mortos-vivos incapazes de qualquer manifestação inteligente e que zanzam pelo mundo, depois de saírem de suas covas.

- Autômatos: criaturas robôs ou simbióticos, comandadas e incapazes de crítica ou de autocrítica.

- Odialina: palavra criada especificamente para este texto, como metáfora alusiva ao ódio e aos soros que se nos aplicam nas veias.

- Sociopata: termo empregado para descrever pessoas que têm transtorno de personalidade antissocial e que, via de regra, quebram as regras ou tomam decisões impulsivas sem se sentirem culpadas, pois são
totalmente incapazes de sentir empatia.





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