quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Matando Leões

E, ainda, falando em fechar ciclos... impressionante a quantidades de leões que tenho de matar por dia neste momento que vivo. "Matar um leão por dia", diz o velho adágio popular. Não mato um leão por dia, mato vários. É bem verdade que minha cabeça, por vezes, parece não aguentar. O medo ante a fera me faz suar e tremer. Minha voz, por vezes, fica trêmula e sinto o desconforto de quem foi pego em situação desconfortável. E nestas terras as pessoas adoram ver os outros desconfortáveis e constrangidos. Eu tenho por filosofia constranger o mínimo que possa ao meu próximo. Mas parece que a recíproca é inversa.

Até agora tenho conseguido superar, com dificuldades e marcas físicas, inclusive, pelo corpo. Sim, aqui as pessoas, uma parte delas, pelo menos, são violentas e não dadas ao diálogo. Está instaurada a cultura ridícula do machismo e a ignorância impera. Um simples desentendimento e vem um "barraco" que pode terminar em violência física. Eu nunca fui dado à violência física. Mas, sou cidadão, um tanto quanto, esclarecido e luto, diariamente, contra a correnteza que leva a sociedade para o pior ante a falta de ética generalizada. Sei que entrar na fila de um banco na frente do demais, por exemplo, é ato de pura corrpção. E ante esses atos me posiciono contra. De inicio vai com educação mas o tom pode subir se o indíviduo não se render aos meus argumentos óbvios.

Mas existem as agressões gratuitas. Exemplo: fui acordado madrugada à dentro por indivíduo que buzinava em frente á minha casa. Quando fui atendê-lo, simplesmente, recebi um paralepípedo voador na minha cabeça que me fez desmaiar e deixou um buraco acima do olho. Não sei quem era o indivíduo nem a causa de tal agressão. Essa marca levo para sempre. É verdade que o médico fez ótimo trabalho e me deixou quase intacto e a cicatriz quase imperceptível. Não me ressinto contra a agressão nem com minha marca. Doe-me apenas saber que fui vítima algum louco e que eu poderia ter me protegido melhor, inclusive, não ter botado os pés nestas terras.

Parece que há algum motivo cármico. Espero que seja mesmo isso. Que estamos a recuperar dívidas de vidas passadas. Eu sou descrente dessas teorias espitituais que não se podem comprovar. Mas, a teoria parece lógica e me contenta. Que assim seja!

São os leões enormes e de jubas fartas que me têm atacado. Muitos ataques são sutis e disfaçados. Certas pessoas são dissimuladas e com um sorriso de Queen Elizabeth te roubam e se dão ao direito, inclusive, de te dar lições de moral. Oras! Mas, veja só. Eu me faço de desentendido e sinto a bocarra a atingir minhas carnes com dentes sedentos por explorarem a boa vontade de cidadão de bem, honesto e trabalhador.

Vou para donde não me vejam. Vou esconder-me dentre os arbustos e ficarei ali quieto na esperança de que os leões não mais sintam o cheiro da minha adrenalina e que passem por mim sem que me percebam. Esse mundo é perigoso! Matei todos os leões que se me apareceram até agora. Saio desta savana perigosa em busca de lugar mais protegido. Um zoológico talvez!

Wanderley Lucena

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