quarta-feira, 11 de abril de 2018

Janela de Felicidade

Não há infelicidade ou marasmo, mal humor ou olho atravessado que não faleça ante um porre de vinho do Porto e um Luiz Gonzaga a zabumbar numa caixa de som e a expulsar os demônios. Hoje é quarta feira e estou borracho do vinho do Porto que aqui custa apenas uma bagatela. Ouço boa música do Brasil, meu lindo! Saudades me batem no coração e no juízo. Saudades da seca que esturrica o Maranhão e faz poeira levantar nos pés pobres calçados de alpargatas da minha gente tão sofrida.  Não esqueci as minhas origens e a minha gente que para trás "ficou".

Ouço vossas lamúrias esperançadas em terços e ladainhas de quem espera em Deus a grande transformação social ou pessoal. Os outros que, adversos às ladainhas católicas, fazem orações ao novo Deus protestante que, sem qualquer distância, é o mesmo Deus que está crucificado e pendurado, inerte, nas igrejas católicas e repartições públicas. Todos adoramos o mesmo Deus, mesmo que de mim discordes e não queiras. Se o teu deus discorda do meu, desconfia - Deus não pode ser para discordâncias. O meu não discorda do teu. O Diabo é uma fantasia e não tem importância. O que importa é que estejas feliz mesmo que a arrastar as sandálias por estradas ou caminhos poeirentos do meu lindo e querido Maranhão. O que importa não é o que nos separa, mas o que nos une. E nos une o sangue. O sangue que em minhas veias corre é o mesmo sangue que está nas tuas. Eu não me importo se pensas diferente, só quero que sejas tão feliz quanto eu.

A felicidade é algo que se deve lançar pela janela, por peitos fartos e sorrisos largos mesmo que banguelas. A felicidade não é para ser contida. E que a semente lançada caia em terras férteis e úmidas. Viva Luiz Gonzaga! Viva o Brasil e o meu Maranhão! Viva a vida!

4 comentários:

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