quinta-feira, 1 de março de 2018

Materialidade Essencial

Tenho saudades de tecnologias que não existem mais. Eu tinha a minha sala de TV com um home theater e uma estante entupida de Cds e DVDs. Eu ia na loja e comprava o lançamento. Tudo começou a evaporar com o pen drive. Tudo que era de música e filme podia ser posto num negócio do tamanho de um dedo.
O que se quiser ouvir hoje tem de se recorrer a aplicativo que lançam o conteúdo para mini-caixas de som que produzem altura semelhante àquela, mas evapora a sensação de ter e conter. Cadê a essencial materialidade das coisas?
Estou a procurar uma caixinha dessas por aqui. São todas de tamanhos pequenos ou médios. Vou ter de procurar os malditos botões que ficam invisíveis aos ultrapassados como eu. Depois tem de saber usar o tal Bluetooth. Tá bem! Essa parte eu sei. Tento me adequar e viver toda a tecnologia que nos despejam todos os dias em novidades que nem nos filmes de robótica se previa.
Aqui tenho um aparelho telefônico sobre um móvel. Esses aparelhos que ainda ficam ligados por um fio como os de antigamente. Sou obrigado a tê-lo ante ao fato de que está incluso num pacote de serviços oferecido pela telefónica. O aparelho é tubular e ninguém desconfia que é um telefone.
Não sei se estou a reclamar. Mas, sinto que as coisas correm além do que eu possa acompanhar. Tem aparelho pra tudo. Até pra mexer o café tem um aparelho que substitui a colherinha. Para se limpar o ouvido, pra tirar calos dos pés, pra picar legumes, etcs mil. Francamente!
Não me perguntaram nada. Não me perguntaram se eu aceitava a mudança para tanta novidade tecnológica. Minha casa está cheia desses ítens que, à rigor, são bençãos - mas, eu tenho o direito à minha nostalgia ante ao abobalhamento geral das novas gerações que viraram verdadeiros zumbis de seus artefatos móveis. E eu luto todos os dias para não me render e ser arrastado por esse rio de modernidade que trás junto o esgoto.
Até a paquera, a tão boa paquera de antigamente, se acabou tudo. Hoje é no aplicativo de pegação.
Mas, que quer tomar banho de cuia de novo? Tomar café passado no saco? Acender fogão de lenha ou comer a galinha que você mesmo cevou?

Deixa eu ir ali me atualizar!

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