quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Macondo Sertaneja

Encravada no meio do sertão maranhense, donde se encontram dois rios, tempos idos - muito idos - uma Macondo foi fundada. Ali os meninos podem virar sacis e as assombrações podem esta na esquina a ser dobrada depois das 12 badaladas "notúrnicas". Uma freirinha linda de nome Pepértua raptada por índios guerreiros que lhe invadiram o convento e um dos guerreiros ante tanta beleza decidiu que ela seria a única que não seria morta, a levou e possuiu por esposa, mesmo que à força e contra sua vontade. O sangue derramado molhou a terra poeirenta e todos os religiosos foram mortos e na igreja matriz da cidade estão as fotos estão estampadas em mosaicos na fachada da dita igreja. "Por aqui passou a infeliz Perpetinha" era mensagem que liam os soldados que foram tentar resgatar a infeliz sem qualquer êxito ate os dias de hoje.
A maior dadeira da cidade, a maior puta da zona - isso mesmo, falo do famoso Buru, hoje Cai nÁgua - teve um sonho onde ia ate o inferno e o cão a submetia aos castigos mais terríveis. Tornou-se carola beata da pior espécie a lanchar pragas e pedras sobre quem agora praticasse a profissão mais antiga da humanidade e tinha, ela mesma, a pretensão era de virar santa depois de sua morte. Há quem a ela dirigia preces e lhe acenda velas de sete dias e acredite ser ela mesmo santa e fazedora de milagres mil.
Daqui de Lisboa, em ondas magnéticas e virtuais da Radio da Academia Barra-cordense de Letras recebo a energia daquela Macondo magica encravada no meio do sertão, por onde passam dois rios e que ate hoje produz mil seres fantásticos dos quais, nesse momento, vos apresentei apenas dois. Mas são tantos os seres mágicos daquela Macondo que Garcia Marques ficaria a se roer de inveja.
Barra do Corda, amor da minha vida
És tudo para mim terra querida
Wan Lucena

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