sexta-feira, 19 de maio de 2017

Canção da Despedida

Em Brasília o planalto central oferece o céu mais bonito do país. Nós aqui de Brasília não temos mar, mas temos esse céu. A frase virou clichê, mas, é a mais pura verdade. Mas na data de ontem, descendo a ladeira do Colorado, dei de cara com arco-iris do meu lado esquerdo, sobre a quela paisagem nativa estava o mais lindo espetáculo. Ele nem era aquele arco-iris enorme que pega do nascente ao poente. Era um arco-iris até pequeno. Começava ali e terminava acolá. Mas, a intensidade da cores e uma das pontas eu poderia ficar bem debaixo se fosse a andar só um pouquinho. Parei o carro junto com outros que apreciavam o espetáculo. E fiquei ali olhando aquilo, as sete cores e tudo o mais com a cidade lá embaixo. O imenso lago Paranoá com uma névoa estranha que lhe deixava com ares europeu. Todo o vale que ficara dourado ante a luz do quase fim de dia. E as longas avenidas de asfalto que reluziam com um brilho intenso. E Brasília, faz tempo, virou uma belíssima senhora. A cidade é sem igual. Linda! E agora estava emoldurada por esse espetáculo natural. Na minha despedida fico a me pensar da saudade que sentirei disso aqui. Mas, eu volto só pra te ver!

Descia a imensa ladeira e liguei o som que tocava Geraldo Azevedo em sua Canção da Despedida: "Já vou embora, mas sei que vou voltar, amor não chora...", Não chorei não porque sou macho e macho não chora - e claro que não falo sério. Mas, fiquei em uma espécie de êxtase. Gravei um pedacinho da música e enviei pelo watssap aos meus amigos queridos e dividi com eles a minha emoção. E que felicidade que pode vir a ser uma despedida. Vou na paz e minha cidade fica na paz. Ela me esperará! Eu voltarei, viu? Nem que seja só pra beijar teu solo vermelho. Eu vou pra minha aventura porque preciso e mereço. Mas, jamais te esquecerei minha Brasília!

Wanderley Lucena


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