terça-feira, 10 de novembro de 2015

Pirilampos, Nambus e Juritis

Fazia tanto tempo que eu não via vagalumes! Quando menino, na roça, era lúdico ficar a ver as luzes a piscar entre os arbustos. Pois bem, aqui faltou energia numa noite dessas. Custou a retornar a eleticidade e que sem ter o que fazer, sai a caminhar pelo jardim e... surpresa! Lá estam eles, os pirilampos ou vagalumes. Quem não acha mágico que tais insetos tenham a capacidade de iluminarem-se e saírem a piscar suas luzinhas na escuridão? Quem não se encanta com o pisca-pisca dos tais bichinhos. Pois bem, magicamente, voltei a ser criança por um momento. Voltei ao Maranhão e ao pequenino vilarejo onde nasci. Lá não tinha eletricidade e as luzes eram as das lamparinas. Dormia-se muito cedo, quase com as galinhas. O que se fazia depois que a noite caia era ouvir estórias contadas pelos mais velhos enquanto debulhava-se a fava. E a fava era grão maior que o do feijão. Era de cor branca e tinha sabor delicioso quando feita com pedaços enormes de tocinhos que eram cozidos dentro da enorme panela. Mas, a fava podia ser comida até fria. E era tão deliciosa quanto comer ela quando acabava de sair da panela. Pra acompanhar vinha uma nambu, ou uma juriti, ou um um jacu. Podia ser assado, frito ou cozido. Era delicioso sentar no chão ao redor da enorme bacia de aluminio cheia de arroz e fava que comíamos com a mão mesmo e a fazer bolinhos que empurrávamos na boca e fechávamos os olhos ante o prazer da papilas a se abrirem ante o sabor que lhe era colocado.

Tomara falte energia quaquer dia e que eu possa sair pelo jardim e os encontre de novo a piscar. Tomara seja noite de natal!

Wanderley Lucena

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