quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

ACABOU O CARNAVAL

Hoje fui malhar como de costume. Dei de cara com a academia fechada. É quarta-feira de cinzas e a ressaca institucionalizada manda que os afazeres e obrigações comecem depois do meio-dia. Eu havia me esquecido disso. Voltei para minha casa com a certeza de ser mesmo um privilégio nascer em país tão festeiro. Qualquer tropeção por aqui é motivo de baile. É festa demais. Parece que ninguém tem contas a pagar, filhos pra criar, esposa ciumenta, etc... A obrigação é travestir-se em fantasia e viver, em mundo de maravilhas, a  ilusão ser de rei, palhaço, Arlequim ou Colombina.

Os dentes podem está careados, pode ser que nem mais tenha dentes na boca, mas o sorriso, sempre aberto, é sincero. É o sorriso da satisfação, do êxtase. E quanta gente desdentada nas baterias das escolas de samba!  E são eles que a câmera faz questão de pegar em close. O puxador do samba leva cordões e pulseiras douradas - provavelmente aquilo é ouro - mas  o sorriso... uma imensa banguela a cuspir no repórter que, sem guarda-chuvas para proteger-se, mantinha a devida distancia com o braço estirado ao levar o microfone até o entrevistado.

Não importam as contas a pagar. Importa é brincar. E que coisa linda que vira o Brasil continental, todo colorido, todo sorrisos - banguelas ou não - a brincar o carnaval. E atrás do bloco "só não vai quem já morreu".

Pena que sempre chega a quarta-feira de cinzas e leva tudo. É esperar o próximo carnaval. Agora é realidade de novo e... meus Deus! Quantas contas a pagar! Quero que seja carnaval o ano todo. Tem jeito?

Wanderley Lucena

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