terça-feira, 24 de julho de 2018

Titanic Brasil

Já era meia noite quando cheguei à roda de samba lisboeta do Titanic, às margens do Tejo e ao lado do Cais do Sodré. A casa é um galpão armazém que como tantos outros da região foi transformado e adaptado e virou casa de diversão noturna que a ninguém incomoda por não ser área residencial. De fácil acesso e a poucos metros da zona mais boémia da cidade baixa donde se concentram as casas noturnas mais quentes e infernais de Lisboa. E não pense pejorativamente. É totalmente seguro e organizado e, só se você prestar muita atenção vai perceber que a boate é de strip-tease. A região do Cais do Sodré até chegar na Torre de Belém, sempre às margens do caudaloso Tejo, é hoje área de ricos restaurantes e cafés, museus, academias, escritórios e órgãos públicos. Um passeio lento e à pé ou, mais rápido e numa bicicleta alugada, é de puro prazer. Mas, é sobre a roda de samba do Titanic que desejo vos falar. O lugar não serve comida, mas apenas bebida. Lotado de gente brasileira ou de turistas brancos e pretos, a muvuca é linda e miscigenada. A mesa de samba está ao meio do salão e ao acesso e toque de todos os que ouvem o bom é riquíssimo samba do Brasil. Era domingo já madrugada de segunda e todos pareciam ter esquecido que a segunda-feira não era santa. O batuque dos atabaques e chocalhos ou o som harmônico do cavaquinho com o pandeiro chamavam para o “soltar a goela”.  Todos cantavam junto enquanto o microfone era ocupado pelo vocalista que, numa espécie de transe, levava o povo ao delírio. Lindo de ver! É pra dançar! É pra cantar! É pra viver!

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