quarta-feira, 16 de maio de 2018

Europa é isso aí!

Pensa-se que por ser Europa já não mais se veriam determinadas velhas profissões. Mas, na Praça da Figueira em Lisboa, o velhinho engraxate tem fila a lhe esperar e a placa na ruela perto da casa, em letras desleixadas e coloridas, pendurada sob o telhado baixo de casa humilde, informa em bom português: “amolam-se facas e tesouras”. As senhoras de costura estão aqui e ali a remendar, arrematar e até a fazer roupas, bem como, os altivos e, geralmente, esguios alfaiates. Estes se recusam a fazer as bainhas das minhas calças e trabalham apenas com roupa masculina. O barbeiro de bigode mustache enche de goma a cabeleira farta de um português sem dentes. Nas cidades medievais as artesãs de tapetes são cartão postal e os ferreiros fazem de armaduras de cavaleiros a chocalhos pra botar no pescoço da vaca. As doceiras fazem suas casas as guloseimas que estavam restritas aos conventos. O velho senhor que se veste de marrom todos os dias e que conserta cadeiras velhas e passa verniz na madeira a combinar com a cor da sua roupa. E não é tão difícil encontrar as velhas senhoras e suas agulhas, sentadas a beira das portas, a tricotar ou a crochetar. E tem as ciganas a abordar todo mundo e a vender suas bugingangas chinesas compradas lá Martin Moniz e que juram ser coisa de primeira. E na Praça da Figueira, muçulmanos e evangélicos, todos com cara de árabe, vendem as ervas que curam e aliviam, mas que não ão indicadas a menores de idade. E vendem coentro a dizer que é marijuana ou plástico marrom como se haxixe. É a Europa!

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