quarta-feira, 2 de maio de 2018

O Pessegueiro

Aquele pequeno arbusto antes ressequido agora estava todo florido que mais parecia um bonsai lá perto do mercado Pingo Doce. Eu que nunca poderia imaginar que aqueles velhos gravetos fincados na terra e que me pareciam mortos poderia ser uma pequena árvore e agora todo em flor.  E que florada! Muito menos que poderia ser uma frutífera a dar frutos. Passou já um mês desse ocorrido e os frutos verdes já se percebem. Já estou a imaginar os frutos maduros amarelo ouro, amarelo Brasil. Agora saio em direção ao mercado para comprar o pão e a pensar no "pesgueiro". Ele não é uma árvore frondosa como a mangueira. Não, nem de longe. Plantado frente ao velho prédio donde uma senhora viu-me a fotografá-lo já em flor e me informou:

- É mesmo lindo o "pisgueiro", não é?
- Pesqueiro? - Perguntei eu
- Sim, um "pisgueiro" - repetiu
Que estranho? Pesqueiro? Pensei eu.
- Pesqueiro de "peixe" - insisti eu certo de que meus ouvidos me traiam ante o sotaque português tão difícil para mim muitas vezes.
- Não! De pêssego. É um pé de pêssego. 

Até que enfim! Agora eu sabia o nome dessa árvore que aqui enfeita ruas em alamedas que muito lembram os jardins imperiais japoneses e suas famosas sakuras, ou seja, as belíssimas cerejeiras.
São árvores de médio porte que, assim como como ipês brasileiros, apresentam floradas fartas e sem qualquer folha a interferir na florada. 

A velha senhora desde sua janela acima do varal de roupas estendidas travou comigo breve e agradável diálogo donde lhe mostrei em fotos os nossos ipês aos quais ela jamais ouvira falar.  Voltei para casa com os pães do Pingo Doce e uma vontade danada de ter um pessegueiro em frente à minha casa.


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