sábado, 24 de fevereiro de 2018

Metáfora

O caminho que está à minha frente é longo e não sei se alcançarei o seu fim, embora, meu coração me diga a cada passo dado que sim. São muitas as intempéries ao longo do caminho e o cansaço não é boa companhia. Despenhadeiros podem ser lindos mas podem ser trágicos se, num escorregão, for lançado para dentro deles. As flores da primavera ou as flores do outono são conforto que entra pelas janelas e me vai para a alma. Já o inverno pode ser de temperatura baixa demais e o verão de temperatura alta demais. Melhor é não arriscar por essas épocas e curtir o edredom como os esquilos preferem as tocas.

A caminhada é solitária e é para dentro de mim mesmo. O caminho à minha frente é longo e apenas metafórico ao que, de verdade me importa, o meu caminho para dentro. Embora a caminhada seja solitária os encontros são essenciais. Eles podem ser breves e intensos na positividade ou não. As almas encontradas ao longo do caminho, se próximas da mesma vibração que a minha, saberão me passar sua energia e conhecimento e, se for o caso, serem receptoras da minha. Nessa troca apreendo o conhecimento que pode ser científico ou espiritual. 

Quem me prejulga desde suas crenças sedimentadas me acusa de ateísmo como se isso pudesse me levar à fogueira como levou as bruxas num passado não tão distante. E depois de afirmar não ser ateu, nem assim, deixo de ser. Eu até gostaria de ser. Mas, o que percebo não me permite. A acusação se dá ante ao fato de não acreditar conforme acredita e por não considerar inteligente acreditar por acreditar ou por medo de infernos ou castigos. Nesses encontros, em geral, saio com a sensação de que escapei da fogueira mais uma vez e só porque não nasci na idade média. Em todo o caso, mesmo com ranhuras e arranhões, propositados ou não, houve a troca. 

Nesse momento de minha caminhada estou sentado sobre a pedra a olhar o vale a ser transcorrido e vejo lá adiante a imensa montanha. Não sei o que me aguarda. Mas, sei que preciso continuar. O fim do caminho, ao menos por enquanto, é do outro lado da montanha. Para chegar lá me apego ao desconhecido e a ele peço proteção. E me faço acompanhar por minhas intuições em alertas que poderiam ser recados vindos de alguma galáxia distante dentro de mim. Muito obrigado!

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