quarta-feira, 6 de abril de 2016

Educação e Estilo

Desde que aqui cheguei chama-me a atenção a quantidade de leitores nos vagões do metrô de Brasilia. Faz-me lembrar a boa impressão que tive no metrô de Buenos Aires quando por lá estive faz alguns anos.  Naquele momento pensei com meus botões no quanto nós estávamos distantes deles, os argentinos. Belíssimos que são e com uma cara de quem entende o mundo de tanto que se educam los hermanos. Mas, já faz algum tempo que lá estive e as coisas podem ter mudado depois da passagem de uma bruxa má chamada Cristina que lhes roubou muito, assim como cá, uma outra bruxa tudo nos roubou, inclusive, a nossa dignidade.

A minha reflexão é pensar que apesar da carência educacional oferecida pelo governo da bruxa má, insistimos em nossa busca pela educação. Vejo as ordas de alunos com suas mochilas pesadas e seus uniformes pobres e surrados a se dirigirem para suas escolas em busca da salvação. Nos vagões vejo muitos a lerem seus livros e que prazer que isso me dá. E agora sei que se não os via era porque não tínhamos o metrô e de ônibus é impossível ler ante os solavancos que faltam nos jogar janela à fora.

Já não sinto mais invejas de "mis queridos hermanos argentinos". Já não nos falta mais nem a beleza. Esse quesito também tem me chamado a atenção positivamente. Somos um povo bonito. E melhor é que somos mesclados. Temos brancos, negros, morenos, índios, galegos, sararás, etc... e já alcançamos bom nível de equilíbrio estético. É lindo ver que sabemos equilibrar as cores e que temos certa elegância no vestir.

Vale lembrar que nem tudo são flores. É triste ver o egoísmo do jovem que se senta no banco reservado e faz de conta que não percebe o idoso a quem deveria dar o lugar. Assim como, perceber que ninguém obedece a ordem de entrada e saída dos vagões e se atropelam uns aos outros ou ver que sentam-se no chão do vagão e se encostam nas portas que abrem e fecham freneticamente. Além do risco que corre quem pratica tal falta de educação, há a questão que impedem a mobilidade de quem deseja entrar ou sair do vagão.

Esta semana, já numa parada de ônibus, um garoto de uns 13 anos, vestindo uniforme de um Centro Educacional, estava sentado sobre o encosto da cadeira e com os pés sobre o assento. Teclava displicente no seu celular. Não resisti e o abordei e cobrei que respeitasse quem iria sentar-se logo após ele. O rapazote, mal saído dos cueiros, resolveu discordar. Chamei-o de mal educado e que deveria recolher-se e ouvir e aprender com os mais velhos. Ele não quis saber e disse que sua educação era cabida a seus pais e somente à eles. Discordei de forma veemente com o incauto e lhe informei que educação é recebida a todo momento e vem de onde menos se espera e que o seu Centro Educacional onde estudava era também responsável por sua educação. Mas, rendi-me ante a surdez daquele menino e conclui que se eu tentasse convencer a um poste de concreto poderia ter mais sucesso. Recolhi-me.

Mas, estamos melhores, creio eu.  

Wanderley Lucena 

3 comentários:

  1. Excelente ! Ao mesmo tempo que acho uma pena esse jovem não ter dado ouvidos à você, acho perigosíssimo abordar as pessoas como fizestes, pois ninguém quer ouvir nada de ninguém, nem aprender, nem respeitar, nem nada. Temos uma nova geração que não escuta ninguém, tampouco os pais ! Mas valeu a tentativa !

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    1. Obrigado pelo comentário, meu querido leitor anônimo. Fizeste-me lembrar uma grande amiga que conheci na Praia do Francês, a Gladis.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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