domingo, 10 de janeiro de 2016

Chuva é Alento

A chuva é alento ante a seca que até ontem esturricava a paisagem nordestina de Alagoas. É verdade que já havia uns três dias que o tempo estava emormaçado e o sol estava tímido. Mas, o calor abafado lembrava uma panela de pressão. Quase não se sentia sinal dos ventos que ajuda a refrescar essas terras áridas. Torci para que as nuvens pesassem e deixassem as gotas generosas da chuva se precipitarem sobre as plantas ávidas de água e sobre a areia quente como fogo e que queima os pés de quem ousar caminhar sobre elas.

Desde ontem estamos com tempo úmido. A chuva chegou e molha as imensas folhas da jibóia trepadeira, planta tropical que envolve a imensa árvore que vejo logo adiante de minha janela. Elas ficam como que reluzentes e lubrificadas. Há o barulho das gotas caindo sobre o teto e o jardim e isso por si só, já é música que embalaria qualquer alma atribulada em sono de paz momentânea.

É verdade que a chuva prejudica os negócios do turismo e ninguém saiu de seus apartamentos e casas a encarar o tempo que, por incrível que pareça, está frio, e se jogue nas águas mornas dos mares das Alagoas. Sim, mesmo com chuva e frio a temperatura do mar continua morna como se você tivesse entrada debaixo de edredon quentinho e ali ficasse até que seus pés já não estivessem doendo com o frio.

Os cachorros brincam nas areias molhadas e parecem sorrir de felicidade. Cachorros vira-latas de todas as cores e tamanhos fazem parte desta paisagem. Eles aceitam o carinho de qualquer um e te agradecem a aabanar o rabo e se deitarem aos seus pés pedindo um carinho em suas barrigas. São verdadeiramente livres as tais criaturinhas. Esses não se rendem ao frio nem ao calor. Eles se protegem debaixo das sombras quando o sol está à pino mas, basta um estalar de dedos e eles se arriscam e vêm receber o seu carinho.

Mas, a chuva bendita tem dia e hora para acabar. Assim sendo fico neste dia sombrio a ver as notícias tenebrosas da política brasileira nos jornais televisivos. Passo por todos os canais em busca de algo que me entretenha e quando o acho, relaxo e me rendo sob o som da chuva em meu telhado. Um prazer inenarrável!

Permanece-me a inquietude latente de quem parece está no lugar errado, todavia. Ainda prefiriria está em Paris! Mas, confesso, me contentaria com Lisboa ou qualquer outro lugar no velho continente! Amo tudo isto!

Wanderley Lucena




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