sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Trovoadas Natalinas

Depois de muitos dias sem uma gota de água de chuva, hoje é natal, 25 de dezembro e chove e troveja como se os céus anunciassem a glória do Cosmos e me quisesse acordar durante o sono da madruga com seus estrondos assustadores de tremer as paredes e a dizer-me: estás vivo e sob um teto; tens comida em tua cozinha e nada te tem faltado. 

O dia amanheceu sob a mesma forte chuva e com o intenso barulho dos mesmos trovões. As gotas a cairem do telhado ou a baterem nas imensas folhas da Jibóia, trepadeira tropical enramada em frondosa árvore adiante minha janela. O som das gotas acalma e refrigera a alma e traz lembranças de um passado tão distante e que já não volta mais. As lembrança da infancia e das brincadeiras de menino com todos os querido primos de idades quase semelhantes.

Meu cãozinho não se animou a sair de casa, mesmo sob minha insistência, para fazer as suas necessidades matinais de costume. A grama encharcada e os arbustos úmidos a molharem minhas pernas. Faz frio aqui e isso é fenômeno raríssimo nestas terras ensolaradas. Não há viv'alma a passar na rua. A senhora que todos os dias, religiosamente, me acorda com seu carro de som nas alturas e descer para a praia a vender cd's pirateados, tampouco, deu as caras.

Eu estou deveras agradecido por tudo o que vivi até aqui. É lindo poder está inserido nessa paisagem. Comprei pães recheados para a minha ceia e meus dois amigos de verão me fizeram uma visita longa e prazeirosa. Conversamos sobre banalidades e saimos para tomar uma cerveja em bar que já estava a fechar as portas. Voltei para casa e tentei entregar-me ao prazer visual da televisão que passava uma película daquelas que me prendem. Porém, meus olhos já insistiam em fechar e entreguei-me a Morfeu.

Hoje tem prova de maratona e que passa em frente à minha casa. Um espetáculo de vida a passar ante minha cara. 

Enfim, um natal como tantos outros e de tantas gentes como eu. Espero, de verdade que seus corações assim como o meu, esteja em paz agradecida ante o Cosmos que nos envolve e sob a terra onde os meus pés se firmam e de onde tiramos tudo o que precisamos.

Um feliz natal a todos!

Wanderley Lucena

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