sexta-feira, 8 de maio de 2015

BENDITO SILÊNCIO

Ficar só, por vezes, é a melhor opção. Fazer-se companhia e ouvir apenas a sua própria voz. Recluir-se em obstinada busca pela paz interior... ou não. Há que se reconhecer o que nos faz dano, mesmo que não intencional. Há que se reconhecer o que danificamos, intencional ou não. Certo é que quando adoecemos e fazemos adoecer ou, nos adoecem, é hora de parar e recomeçar. Ninguém é obrigado a nada e muitas vezes, por amor ou outro sentimento nobre - ou não - alguém se atrela ao outro em verdadeiro auto ato punitivo de si ou do amado. Ele não estará feliz ao seu lado e nem você estará feliz ao lado dele. Assim sendo, o melhor é desapegar e lançar, ou lançar-se, rumo ao desconhecido interior que tanto bem traz.

A própria dor é fogo que apura o espírito e enleva ao alto. Nada de masoquismos, por favor! A solidão propositada por períodos pré-determinados e regulares, é super benéfica ao espírito e se reflete no corpo. Calar-se é melhor que falar. Quem fala deve fazê-lo de maneira ponderada e, de preferência, sem ser prolixo.

Quem espera resposta falada deve ouvir o silêncio que grita. O silêncio é a resposta inteligente de quem já chegou à maturidade ou está rumando à ela. O meu silêncio me faz muito bem. É ele um dos meus aprendizados.Um "não" dito implica rejeição e conflito iminente. O silêncio é "não" que vem acompanhado de reflexão e tolerância. Um "não" não dito verbalmente é caminho largo para o diálogo e o bem-dizer que necessita a espera do posterior momento. A celeuma que existe ante um "não" verbalizado é briga de facões. Os corações sairão dilacerados. Por isso, manter o silêncio é manter a abertura para o diálogo posterior que, a depender, bem pode, novamente, silenciar-se.

Wanderley Lucena

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