sábado, 26 de novembro de 2011

PRAZER INENARRÁVEL

Quando cheguei ao Palácio de Versalhes já tinha passado do meio-dia. Eu não estava mesmo à fim de entrar no Palácio. Não só porque já o conhecia, mas porque meu grande interesse dessa vez eram os jardins. Ademais estava querendo me recolher um pouco. Estava interessado em andar sem pressa pelos famosos jardins aos quais eu não pude explorá-los como gostaria quando de outra feita. E foi o que fiz. Fui direto para os fundos do belíssimo Palácio e sai andando, sozinho, sem pressa, sem rumo, porém, dentro dos limites do gigantesco jardim. De tão grande, o Rei Sol caçava raposas nele. Os lagos artificiais lhe serviam de mar onde brincava de guerras em barcos de verdade. São imensos os lagos daquele jardim.

Encontrei muitas estátuas e cenas reproduzidas em  tamanho bem maior que o natural. Dragões imensos que saiam da água e Netuno a dominar cavalos que aparecem no espelho d'água como viessem de outro mundo. Medusas, Nefertites, Venus, Eros, cavalos, aves e todos os seres imagináveis. Todas as alamedas repletas de tais estátuas e cenas dramáticas me faziam sentir pequeno. 


No chão, as folhas amareladas, típicas do outono, eram levadas pelo vento ou serviam para amaciar o chão das muitas pessoas que, sobre ele, decidiram fazer seus pic-nics. O farfalhar das folhas, o uivo do vento ou o canto dos passarinhos eram os sons que me chegavam ao ouvido. O vento era gelado e parecia querer congelar minhas orelhas e nariz. Tudo me fazia ter a certeza de que me encontrava bem longe de minha casa, do Brasil e de nosso clima tropical. Me senti só. Fora isso que eu buscara e o resultado era o esperado. Entrei em contato comigo mesmo. E isso era muito bom.

Em uma tarde não se explora o jardim, haja vista, o seu tamanho. Aqui e acolá eu via algumas pessoas andando de bicicleta e quase não acreditei quando vi um quiosque que as alugava.  Montei a minha bike e sai rumo aos fundos do jardim. Lá pude encontrar pedaços de floresta, ainda virgem, pressuponho. Tive receio de perder-me mas continuei até que cheguei aos limites do jardim quando se encontra uma cerca e logo após ela, uma pista de asfalto.

Cruzei-o de uma ponta à outra, de canto a canto. Fui aos lugares mais recônditos e... quanta descoberta! Mas o melhor era que eu estava ali sozinho, quase que em retiro de algumas horas. Entrei em contato comigo mesmo e fiz reflexões. Ali tomei decisões que, provavelmente, serão para toda a vida.

Voltei ao palácio pela lateral e tive de encarar uma subida de algumas dezenas de degraus, com a bike no ombro. O tempo estava gelado e eu aproveitei o exercício para me aquecer. De novo estava no Palácio e desci pela alameda central até o grande lago onde devolvi a bicicleta.

Um prazer inenarrável!

Wanderley Lucena




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O GARÇOM DA MOUFETARD

Saímos do Hotel Confort in, na Rue Muffetard, no Quartier Latin de Paris à busca de um restaurante para jantarmos. A dita rua está lotada de charmosos restaurantes e lojas de souveniers. Não andamos muito, na verdade. Bem próximo do dito hotel, entramos no Le Jardin d’Artemis. O restaurante seria só mais um como qualquer outro não fosse a aparência de Mortícia do único garçom no pequeno restaurante. O ambiente era pequeno mas muito confortável e acolhedor. 

Tinha muita coisa para se olhar no pequeno restaurante, desde fotos em preto e branco a enfeites que boiavam dentro de taças cheias de algum líquido não identificado que ficavam sobre as mesas. Mas a atenção de todos se concentrou no garçom. Ele tinha dentes desalinhados em boca protuberante e que naquela luz indireta não foi possível perceber se a cor preta no esmalte era mesmo pura cárie ou algum efeito de sombra da pouca luz. 


No topo do corpo esquelético, a pequena cabeça tinha cabelos em fio reto partidos ao meio e postados, propositadamente, por trás das orelhas e lhe desciam quase até a altura dos ombros.  As mãos magras mostravam, nos dedos ossudos, anéis de preço e gosto bastante duvidosos. O uniforme preto lhe caia de cima abaixo completava a figura que estaria perfeita em um desenho macabro de Tim Burton. Vez por outra ele saia repentinamente do restaurante e se postava do lado de fora como se tivesse percebido algo que não poderia deixar de ver.  Lembrou-me em muito a um flamingo em sua busca atenta por alimento.

O garçom trouxe os pedidos um a um. Entretanto... que suplício! O moço parecia ter o mal de Parkinson. Tremia o prato como se os mesmos fossem derramar a qualquer momento no colo de algum de nós. Deixei todo mundo estarrecido ao pedir um expresso a ele. O café foi servido com o suspense de um filme de Hitchcock. Aparei a xícara quando ela tremia como uma flâmula bem abaixo de meu nariz antes o líquido quente me causasse algum estrago na virilha.  Que suplício, meu Deus!

Antes disso, porém , o vinho desceu muito bem e foi ele que me fez sentir meio tonto ao levantar-me da mesa. Já na porta de saída do estabelecimento, procurei a maçaneta para abri-la. Passei a mão e tatiei  mas não encontrava a maldita. Vi que um casal sentado em uma mesa ao lado, e que presenciava a minha cena, já estava a morrer de rir. Vi que faziam gestos e me queriam informar a forma correta de abrir a porta, parece-me que empurrando-a para fora. Fui-me para a rua com os meus amigos que abriram a porta para mim e já se rirem aos montes. Ainda bem que tava todo mundo bem humorado. Mas a cena não me foi constrangedora, senão, engraçada.

Entretanto, a maior surpresa – e esta, muito agradável – foi mesmo o jantar. Cada prato era um primor.  Não só pela disposição do alimento no prato, mas, pelo sabor. Era verdadeira iguaria que poderia ser servida a qualquer crítico de gastronomia mais exigente. Retornamos a Paris e, parte de nós, decidiu voltar ao mesmo restaurante para repetir o desguste. Não foi só pelo garçom ou pelas minhas "mancadas" que aquele jantar foi inesquecível. O jantar foi inesquecível pelo sabor que a cada um dos convivas daquela mesa.

Não deixaria de indicar o Le Jardin de d'Artemis a quem quer que seja. Não por causa de seu garçom com cara de Mortiça. Diria apenas que ele é o lado exótico e uma das atrações do restaurante. Diria apenas que tomem cuidado com o vinho da casa. Se parece bom ao palato, entra na corrente sanguínea rapidamente e em altos teores.

Wanderley Lucena


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

THE BREAD IS OLD.

O Hotel se impunha e estava em frente à Praça da Independência em Florença, Itália. O primeiro café da manhã, no entanto, me decepcionou um pouco. Não foi porque fosse pobre. Estava até bem servido e havia alguma variedade e até salada de frutas frescas, coisa meio rara por aqui pela Europa. Quase tudo aqui vem em conserva, mas nem por isso deixa de ser gostoso. Aliás, algumas delas são mais saborosas que as bananas empretejadas que compramos nas feiras daí. Mas o que me deixava meio fulo era a cara do pão francês. Aqui ele se apresenta branco opaco e duro igual pedra, como se de uma semana estivesse ali naquela cesta.

Já no segundo dia, a moça que fazia o serviço, muito eficiente, corria de lá para cá a não deixar faltar nada aos hóspedes. Mas tinha ela cara de poucos amigos. Era sisuda e tinha ombros largos. O cabelo loiro preso por uma fita preta em laço e um avental igualmente preto sobre calça e blusas brancas me fez lembrar um carcereiro de Aushevitz. O pão estava ali novamente, sem graça, branquelo e nada convidativo. Resolvi me dirigir, a uma certa distancia, à carcereira que nos servia e da qual eu ainda não tinha ouvida a voz. Fui no meu deficiente inglês e tasquei: “the bread is old”.

A moça que já era sisuda virou em minha direção em movimento brusco. Senti o arranhar de um portão pesado e enferrujado de um castelo medieval a abrir-se. As sobrancelhas estavam cerradas e ela começou a falar em inglês de forte sotaque germânico. Não entendi quase nada do que ela me dizia. Mas entendi que era a sua responsabilidade colocar pães frescos à mesa todos os dias e que se não o fizesse, sua cabeça podia rolar, ou seja, poderia ser demitida. O que chamou mais a minha atenção foi o gesto feito com o polegar. A mão fechada e o polegar em riste que ele fez passar sobre sua garganta em tom ameaçador. Senti a minha própria cabeça a rolar. Recolhi-me enquanto minha irmã, em bom inglês, tratou de apaziguar a gafe. Disse minha irmã que o pão servido no Brasil é diferente e que estava havendo apenas um choque de culturas naquele ambiente.

Agora, sempre que vejo os pães pálidos nos hotéis daqui, corro para a bandeja de croissants que, sem dúvida, são quase e sempre iguais e não tem como eu não gostar.

Wanderley Lucena

terça-feira, 15 de novembro de 2011

CRÔNICAS À QUATRO


Tudo começa porque ela não estava lá, mas eles estavam. Ela, a internet, não compareceu. Mas, eles sim. Estavam dentro de um trem, mas não um trem qualquer. Não um trem de mineiro. E sim, um trem Florenciano. Sem que, nem pra que, quem dirá por que, decidiram construir uma crônica a quatro. Eu, Madalene, adoro que me chamem Madá. Graça e grata por natureza. Gosto de viajar. Neste exato momento não estou muito criativa para escrever, mas contarei o que mais de cômico tem me acontecido: os meus Fiftys... Não compreendo o por que de eles chamarem tanta atenção, mas por onde quer que eu passe nessa viagem me custa alguns fiftys. Fiftys pra cá, fiftys pra lá. Todos sorriem, eu sorrio. Graças a Deus, o meu sorriso não custa caro e eu o compartilho até mesmo com aqueles que me cobram fiftys.


Madá Vertelo

Em Noronha – a ilha paradisíaca – há duas pedras, quase gêmeas, que por agora não me recordo de seus nomes.  Cercadas pela imensidão do mar esverdeado, são por certo muito díspares, moldadas lado a lado pelas mesmas intempéries, mas maravilhosamente desiguais. Bem poderiam ser chamadas amigas, como nós quatro que agora escrevemos. Aqui neste trem rumo a Veneza me chega  uma branda tristeza por deixar a linda Florença, mas uma terna alegria me toma, porque assim como as pedras do Atlântico somos moldados pelas agruras e venturas da vida. Tão belos e íntegros - Bem vinda Veneza!   

Carlos Roberto Vieira

Grata surpresa perceber o talento que têm meus amigos pra escrever tão belamente. Depois de lê-los acima, me sinto acanhado e pouco inspirado. Mas me ponho a pensar nos quatro seres que aqui se encontram. Somos tão diferentes e tão humanamente iguais.  Ante o risco da discórdia há sempre a ponderação madura que nos leva a, mesmo individualizados, necessitarmos do conjunto. Cada um tem a sua característica que lhe é própria e a cada um cabe o cuidado e sensibilidade de reparar o outro e dele cuidar. Cá estamos chegando a Veneza e já se vão quatorze dias de convivência e vivências. A bagagem aumentou não só por causa das bugigangas compradas ao longo da viagem mas também por causa troca de sentimentos. E esta bagagem é leve por vezes... pesada por vezes. Mas sabe o que importa? Viver!

Wanderley Lucena

Eu aqui exausta, quase dormindo, e meus amigos pedem para que eu participe neste escrito a “várias” mãos. Sobre o que falar? Eis a questão. Depois de tantas situações cômicas prefiro falar da última... O recepcionista do nosso hotel em Florença nos pergunta o que significa ”prego” no Brasil e meu irmão rapidamente com toda expressão dramática explica que essa palavra significa o mesmo que ”Jesus crucificado na cruz”. Os três companheiros de viagem espantados caem na gargalhada e essa é mais uma das perolas do meu irmão durante a viagem que iremos lembrar e rir por muito tempo... Assim como a situação do “the bread is old”, mas isso será outra crônica que provavelmente ele mesmo escreverá.


Jeanne Lucena

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

CARTA FLORENTINA



Florença, Itália, 14 de novembro de 2011.


Querido amigo;


Chegamos a Florença muito cansados e já no início da madrugada. O hotel era confortável e ficava bem em frente a Praca da Independência. A praca por si só nao tem a menor graca. No entanto, se andares cerca de duzentos metros adentro da cidade, te depararás com imensas esculturas gregas em mármore branco que representam figuras humanas, entretanto, duas a três vezes maior que o natural. A imponência de tais estátuas e obras de arte a céu aberto me fez pensar sobre a capacidade de criação do homem. Uma grande quantidade de museus da cidade guardam acervos que podem ir de leonardo da Vinci a Michelângelo. As ruas estão sempre entupidas de turistas. O detalhe é que vi pouquíssimos carros a  transitar nas ruas antigas. É que a maioria dos turistas chegam de avião ou de trem.

Uma imensa construção octogonal no meio de uma praça me chamou a tenção e decidi entrar. Trata-se do Batistério. A construção, originalmente, era uma espécie de altar pagao usado pelos primitivos, não sei há quantos anos, entretanto, muito antes do cristianismo transformá-la em igreja.  O interior mostra a rusticidade da paredes e o piso, totalmente irregular, embora coberto por piso decorado, é totalmente irregular e a criatura deficiente visual pode perder as pernas.

A Ponte Vechia é de origem medieval e está construida por sobre o Rio Arno. A tal ponte, com o tempo, virou rua e suas laterais foram tomadas por construções de dois andares e pequenas lojas, quase todas de joalherias, vendem preciosidades.

Na Galeria da Academia, um dos muitos museus, está ninguem menos que o Davi de Michelângelo. Acredita? E fiquei ali por um bom tempo, em frente ao Davi, admirando aquela figura magistral no mármore branco. Fiquei imaginando se ela podia respirar de tão perfeito. Na figura "sarada" percebem-se detalhes como a latência aparente das veias a saltar dos músculos da criatura perfeita.

As folhas continuavam a cair das arvores por causa do outono. A cena era belíssima. O chão era tapete amarelado que soava aos pés com o farfalhar das folhas a informar a estação. O clima frio não chegava a doer, mas, obrigava que todos usem roupas mais pesadas e torna tudo mais elegante.

Comemos e bebemos muito bem. Com saciedade, a vontade de fazer a "sexta". Bate a fadiga e, junto com ela, a saudade do Brasil ja incomoda por demais. Nao vejo a hora de sentir o cheiro dos meus lencóis e de ter o meu cachorro a pular em meus bracos todo feliz por me ter de volta em casa.

Levo bugigangas mil. Presentes e lembranças. Um especial para ti.

Amanha estaremos em Veneza e, por fim, voltaremos ao Brasil.

Abraco.

Wanderley Lucena

sábado, 12 de novembro de 2011

CARTA ROMANA


Roma, 12 de novembro de 2011.

Caro Amigo;

É com saudade do Brasil que te escrevo desde esta cidade monumental que se Roma.  A cidade é um imenso sitio arqueológico a céu aberto. Não importa para que lado olhes, verás um monumento , uma igreja, uma ruína. E não penses ser algum deles discreto. De forma alguma!

Aqui se pisa em pedras que calçam a rua desde os tempos de  Calígula ou Julio Cézar.  Estive na Via Ápia e senti as bigas a transitarem conduzidas por romanos a se dirigirem para o Coliseo. A via Marguta é belíssima e foi endereço do Felinni. Rua tipicamente romana que sai desde a Piazza di Spagna. A praça está sempre abarrotada de gente e suas escada sobem em direção a uma igreja  de onde se pode ver o por do sol ao longo da Via Condotti.

O Vaticano é um absurdo. Não parece coisa de homens. Parece que estamos em outra dimensão.  Nunca tinha visto tanta arte. Desde a Basílica de São Pedro à Capela Sistina. Não há como descrever aquilo. Do teto ao chão é tudo arte. No horizontal ou no vertical. Pura arte sacra.

Todos os papas estão enterrados no subterrâneo da Basílica. Tive de Pará e reverenciar ao Papa João Paulo II. Homem de elevada espiritualidade que merece minha reverência. O túmulo de Pedro, o Apóstolo, o pai da Igreja Católica é emocionante igualmente.

Amanhã estaremos em Florênça e são novas emoções.

Um abraço.

Wanderle

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

CARTA LONDRINA


































Londres, 10 de novembro de 2011.

Caro Amigo;

Te  escrevo de um computador no aeroporto de Londres ao qual nem me atreeverei a escrever o nome, haja vista, a quantidade de consoantes no nome. Mas estou aqui porque chegamos atrasados para o embarque para Roma. Cinco minutos atrasados e ficamos presos aqui ate o meio dia quando embarcaremos em outro voo, depois de pagarmos uma "baba" de multa pelo atraso.

Mas Londres e gigantesca e belissima. Ontem subi na roda gigante que eles chamam de London Eye. Disem ser a maior do mundo, mas nao afirmo isso categoricamente por nao ter tempo de fazer pesquisa agora. Depois fomos ao museu da Madame Tussou. E isso nos valeu muita pena. As imagens em cera, todas em tamanho natural, exibidas ao longo de alguns andares, de tao perfeitas, podem ser, facilmente, confundidas com uma pessoa real. Uma descida a camara do horrores e imperdivel. La a madame espressou os horrores das guilhotinadas da Bastilha francesa, incluindo-se, a cabeca de Maria Antonieta. Impressionante!

Depois uma visita demorada e muito prazeirosda, com aprendizado historico, na Catedral de Westminster. Aquele onde secasam e se coroam os reis e principes da Granbretania. Reis, rainhas, cavaleiros, camareiros, ppoetas e cientistas, ao montes, estao ali enterrados em tumulos que deixam o espectador de boca aberta. 

Desculpe-me se te escrevo sem a devida pontuacao. Estou em computador que tem teclado diferente e alguns dos nossos pontos usados no portugues, sequer existem nele.   

Um abraco e ate a proxima.

Wanderley Lucena

sábado, 5 de novembro de 2011

CARTA PARISIENSE 2

Paris, 05 de novembro de 2011.


Caro amigo;


Hoje visitamos o Panteon da Pátria. Um pujante edifício no meio de uma praça. Colunas gigantescas sustentam a edificação. O interior é de riqueza indescritível. Bem ao centro do Panteon, sobe um domo altíssimo e pintado com motivos renascentistas, se encontra o pêndulo de Foucault. O tal pêndulo é esfera dourado, parecendo ouro, pendurada desde o domo por fio quase invisível e que balança sobre um relógio em movimento quase hipnotizante e eterno. Trata-se da experiência do físico francês Léon Foucault para demonstrar a rotação da terra. 


No mesmo Panteon encontram-se criptas subterrâneas onde estão os corpos dos que morreram pela pátria, além nos que contribuíram de alguma forma para que França seja hoje a potência que é. Entram na lista físicos, matemáticos, escritores, etc...

As paredes do grande salão são decoradas de cima a baixo por telas em óleo assinadas pelos mais famosos pintores. São tantas telas que se o visitante quiser olhar uma a uma, fixando-se cinco minutos ante cada uma, não conseguirá terminar em um dia apenas. Muitas delas, de tão gigantescas, tomam toda a parede. 

Cenas dramáticas de guerras e adoração à liberdade, traduzidas por escultores de primeira, em mármore branco como a neve, podem ser vistas com espanto. 

De frente ao Panteon se vê a Torre Eiffel ao longe e uma foto tirada nesse lugar é uma ótima ideia. Descemos displicentes pela rua e paramos na loja da GAP e, tudo baratinho, comprei um belíssimo blazer a preço de banana. E como a banana anda cara! Mas o blazer foi mesmo uma pechincha. Me senti meio francês de tão chique que vi ao vesti-lo.

Mais adiante, em um machê bem simpático, compramos as típicas baguetes e nos fartamos em um almoço improvisado. Depois o grupo se separou e eu decidi vir para hotel para descansar um pouco e escrever-te estas linhas que espero, gostes.

Um abraço e até amanhã se Deus quiser.

Wanderley Lucena 

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CARTA PARISIENSE


Paris, 02 de Novembro de 2011.

Caro Amigo;

Chegamos a Paris pelo gigantesco e assustador Charles de Gaulle. De tão grande pode assustar ao turista de primeira viagem. As distâncias entre um ponto e outro chegam a quilômetros de distância e, mesmo com a ajuda das muitas esteiras rolantes, quando você conseguir passar pelo guichê de imigração, se dirigirá à esteira de entrega das bagagens e, depois, poderá pegar um táxi e ir ao hotel. Eu preferi ir de metrô. Custou-me 9 (nove) euros. De taxi eu pagaria 60 (sessenta) euros e perderia o contato verdadeiro com o parisiense.
O vôo foi tranqüilo e digno. O serviço da Air France é de primeira e ceamos fartamente. Assisti a um filme e, já era madrugada quando recorri ao mágico RIVOTRIL. Apaguei e acordei com os comissários a servirem o café da manhã.  Mais ou menos meia hora depois desembarcávamos em Paris.
A imensa aeronave da Air France levava todo tipo de gente. Embora estivesse apinhada de gente, encontramos o espaço muito limpo e organizado. Alguns aproveitaram para encher a cara de whisky e outros, assim como eu, recorreram aos expediente do RIVOTRIL etc... Eu aconselho. É pa-pum! Tomou as seis gotinhas e, meia hora depois, como por passe de mágica, você estará nos braços de Morfeu.

Deixamos as malas no hotel e saímos correndo iguais crianças em parque de brinquedos.  Saímos muito bem agasalhados ante o frio do outono parisiense e chegamos ao Jardin dês Plantes.  Às margens do Sena, trata-se de imenso parque com estfas grandiosas e dentro delas coleções de plantas que podem ir de uma floresta tropical igual à da Tijuca a um deserto mexicano cheio de cactos, pedras e areia.

Já no meio da tarde entramos em típico café de Paris e pedimos o almoço que nos decepcionou um bocado. A batata não estava a contento e as carnes igualmente. Mas vale sempre. Aqui até as decepções ficam charmosas. Ninguém se importa com uma bobagem dessas se estiver em Paris – eu muito menos.

Ontem fomos à Tour Eiffel e deixei que meus amigos subissem nela enquanto fiquei num café bem atrás da Trocadero. Usei a internet e me pus a par do que ocorre no Brasil. Decepção! Não nem porque leio.
Já à noite, os mesmos amigos assistiram ao fabuloso espetáculo do Moulin Rouge enquanto e minha irmã nos dirigimos a famoso Café da Amelie Poulan. “O fabuloso destino de Amelie Poulan”  é filme dos mais graciosos. Leve, sensível e emocionante, virou ícone de  Paris. Quem vem a Paris tem de ver o filme. As locações são no Bairro de Mont Martre.  Vale muito essa dica. Não deixe de emocionar ao ver a belíssima Sacre Couer.

Tinhas razão. Não me é possível escrever-te diarimente. O tempo urge. Saímos correndo e voltamos sempre muito cansados e bem tarde da noite. Não é possível escrever ante o estado de esgotamento. Mas está comigo sempre. Levo-te no coração.

Com saudades de dou o meu abraço e... até a próxima.

Wanderley Lucena